Depoimento de Lindalva

Postado por Taiane Maria Bonita , quarta-feira, 26 de agosto de 2009 12:49

O povo da cidade sabe que minha irmã é moça direita, um poço de candura. Tinha por desejo, quando moça, o de entrar para o covento; o próprio marido sabia disso quando a tomou em matrimônio. Pode parecer estranho uma moça tão dada aos assuntos da igreja se enrabixar por algum cabra, mas insisto em dizer que tal romance foi, de certo, abençoado pelos céus.
Xico Bento é um cabra respeitador, passou um perrengue pra conseguir conquistar minha irmã. Depois do casamento dedicou sua vida para ela , ela também só tinha olhos pra ele. É por isso que eu digo doutô, aquele atrevido do Manoel Duda merecia o capamento, se o Seu Delegado não tivesse feito eu faria com minhas próprias mãos.

(Sobre o caso de Manoel Duda)

Depoimento de Rosinha

Postado por Taiane Maria Bonita , quarta-feira, 19 de agosto de 2009 09:17

Tentei abster-me de ferrenha discução, mas sinto que as veias de meus dedos não irão parar de pulsar enquanto não opinar. Confesso que conheci cabra Manoel Duda, há um punhado de tempo atrás, ainda mantinha intacto o orgão que lhe conferia o certificado de macho. É, tratando-se do povo de Alagoas essas coisas fazem diferença. O que sei é que o cabra fazia juz ao mebro que carregava, não que eu tenha tido intimidade com tal parte de seu corpo, mas, sabe como é, as raparigas comentam. Também sei que aquelazinha, a mulher do Xico Bento, de santa não tinha nada, talvez os saiotes que ela provavelmente roubava do guarda-roupa empoeirado da tataravó. Veja bem, os sinhô não ache que eu estou defendendo o Duda, mas que ela não prestava, ah, isso não prestava. Eu até acho que o Duda deve mesmo ter dado uns apertões nas carnes daquela sonsa, agora dizer por aí que foi contra o gosto daquela desavergonhada?! Isso é demais para minha pessoa doutô.
(Sobre o caso de Manoel Duda!)

Adormeci...

Postado por Taiane Maria Bonita , terça-feira, 4 de agosto de 2009 13:33

Fechei os olhos, talvez pela décima vez no derradeiro minuto. Meu corpo sentia o peso do cansaço de um longo dia, entretanto, eram eles, os meus olhos, que insistiam em se reabrirem a cada vez que eram fechados. Aconchegada, eu embalava meu sono no ritmo manso de um coração sonolento e ritmava o meu ar pelo vai e vem do peito daquele que me servia de travesseiro. Exitava em tocar sua pele com meus lábios, no receio que meu toque lhe fizesse despertar. E o que me completa sempre foi isso, sentir a freqüência de nossa respiração tornar-se aos poucos uma só.

Adormeci...