As coisas de ontem

Postado por Taiane Maria Bonita , sexta-feira, 23 de outubro de 2009 09:16

Guardei na gaveta as palavras de ontem.

Descartei algumas, confesso.
Lustrei as de hoje,
perfumei-as,
enfeitei-as
com um laço de fita.

Depois de considerá-las dignas,
as ofereci.
Você as recebeu,
sentiu-as em seu peito,
as entendeu.
Bem,
algumas não!

Selecionou uma dúzia
colocou-as em sua gaveta,
descartou outras tantas.
E ainda escolheu umas poucas para ficarem perto de seus ouvidos.

Minhas palavras de hoje,
logo se juntarão as de ontem
e as de anteontem.
Afinal,
elas todas são coisas de ontem.

E se são de ontem,
o que me é caro
é lustrar,
perfumar,
e enfeitar.
Aquelas de hoje.

Ah, e claro!
Manter-me atenta àquelas poucas
escolhidas para estarem próximas.
Essas?
Bem, essas não são de ontem.

Meu lugar

Postado por Taiane Maria Bonita , quinta-feira, 15 de outubro de 2009 11:08

Procurei nas mais distantes planices e nos mais altos planaltos.
Entre os mais revoltosos e também mais doces mares.
Procurei nas nuvens e nas mais escuras cavernas.

Vaguei dentre as florestas,
Abriguei-me às sombras de árvores cujas copas eu não podia alcançar com os olhos.
Perdi-me ainda entre o emaranhado de concreto da cidade.

Busquei o ar do campo.
Senti o vento tocar minha pele.
Rodei o mundo, criei história

E ainda assim não encontrei...
... lugar mais familiar do que
Os braços teus.

Aquele toque!

Postado por Taiane Maria Bonita , terça-feira, 6 de outubro de 2009 12:24



Senti minha nuca arrepiar-se, mal notara que ele havia se aproximado, mas o sentia pelo toque de seus lábios na ponta de minha orelha. Aquele arrepio vinha d'além de minhas glândulas sensoriais, vinha de meu ser e da arritmia de meu peito.


Confessava mesmo que aos sussurros, para que ele não me julgasse atrevida, o prazer que aquele toque me proporcionava. E ao som de meus assanhados sussurros, sentia sua respiração aproximar-se de meus lábios. Meu corpo, renegando qualquer tentativa de manifestação de meus neurônios voltava-se delicadamente aos braços de meu homem.

Entregava-me àqueles braços com quem entrega-se à vida, brilho nos olhos e sorriso largo. Entregava-lhe meu corpo com a condição de tomar-lhe o coração.