Adoro o jeito que no meio da noite
Tu abres os braços e me aconchega em teu peito
Mesmo que entregue ao mais longínquo sonho.
Ainda assim,
sentes minha presença
e me acolhe nos braços teus
Sabes, acho bonito
declaração sincera
da ciência de minha presença.
Entrego-me à este abraço
como me entrego aos sonhos.
Recordo-te assim, meu Morfeu!
Não vejo teu rosto,
mas sinto o ritmo de tua respiração
sob minha bochecha.
Um passo à frente e uma barreira
dois à traz e mais outra,
se estender os braços
o que vai encontrar é a mais sólida opressão
Ouço um grito distante,
a voz me diz para que abra os olhos.
Será que ela não percebe que já estão abertos?
Concentro-me em minha respiração,
agora é o único som que escuto.
Sinto a cada inspiração meu peito estufar.
É minha única referência agora,
o ar que entra e sai dos meus pulmões.
É preciso desvendar!
Não há chave para a porta que me oprime,
porque não há porta.
É preciso transcender!
Ilumina-se o olhar.
Agora vejo o sol brilhar...
Eu chorava,
Você me perguntou por quê?
Eu mal soube responder;
Disse-lhe que minha lágrima
era um fio que escapava
daquilo que eu não podia esconder.
Você me repreendeu,
disse-me para que eu não mais chorasse.
Eu quis lhe perguntar por quê?
Eu vejo o mundo de um jeito que ninguém vê,
Talvez, para mim,
ele seja mais belo do que para você.
Por isso que meu olho vaza,
mesmo que eu não saiba o porquê;
Talvez por isso você não consiga entender.
É que eu sinto o mundo diferente de você.