Para ler no novo ano

Postado por Taiane Maria Bonita , quinta-feira, 31 de dezembro de 2009 12:14

Quisera eu inventar mil palavras, para proferi-las aos ventos com meus mais singelos desejos. Suponho, no entanto, que nenhuma delas conseguisse traduzir o que guardo no peito.

Desejo-te, então,
que mesmo que não ouças minhas palavras
ou tão pouco consiga entendê-las;
desejo-te que sintas aquilo que emano em mim
E tão pouco consigo transpor ao som.

Meu pequeno pé de ameixa

Postado por Taiane Maria Bonita , quarta-feira, 30 de dezembro de 2009 15:41

Encontrei um pé de ameixa, no alto de uma colina.
Parecia-me tão vivo aquele pé, que o invejei por suas folhas reluzentes e também pelos pequeninos frutos que carregava em seus galhos. Abraçava-os com o carinho de quem abraça aquele que ama.

Ah! Como era bela aquela cena.
Por favor, não me julgue uma tola por cobiçar aquela arvorezinha.
Entreguei para aquele pé de ameixa o sorriso que teria lhe entregado ao tocar meu rosto.

As coisas de ontem

Postado por Taiane Maria Bonita , sexta-feira, 23 de outubro de 2009 09:16

Guardei na gaveta as palavras de ontem.

Descartei algumas, confesso.
Lustrei as de hoje,
perfumei-as,
enfeitei-as
com um laço de fita.

Depois de considerá-las dignas,
as ofereci.
Você as recebeu,
sentiu-as em seu peito,
as entendeu.
Bem,
algumas não!

Selecionou uma dúzia
colocou-as em sua gaveta,
descartou outras tantas.
E ainda escolheu umas poucas para ficarem perto de seus ouvidos.

Minhas palavras de hoje,
logo se juntarão as de ontem
e as de anteontem.
Afinal,
elas todas são coisas de ontem.

E se são de ontem,
o que me é caro
é lustrar,
perfumar,
e enfeitar.
Aquelas de hoje.

Ah, e claro!
Manter-me atenta àquelas poucas
escolhidas para estarem próximas.
Essas?
Bem, essas não são de ontem.

Meu lugar

Postado por Taiane Maria Bonita , quinta-feira, 15 de outubro de 2009 11:08

Procurei nas mais distantes planices e nos mais altos planaltos.
Entre os mais revoltosos e também mais doces mares.
Procurei nas nuvens e nas mais escuras cavernas.

Vaguei dentre as florestas,
Abriguei-me às sombras de árvores cujas copas eu não podia alcançar com os olhos.
Perdi-me ainda entre o emaranhado de concreto da cidade.

Busquei o ar do campo.
Senti o vento tocar minha pele.
Rodei o mundo, criei história

E ainda assim não encontrei...
... lugar mais familiar do que
Os braços teus.

Aquele toque!

Postado por Taiane Maria Bonita , terça-feira, 6 de outubro de 2009 12:24



Senti minha nuca arrepiar-se, mal notara que ele havia se aproximado, mas o sentia pelo toque de seus lábios na ponta de minha orelha. Aquele arrepio vinha d'além de minhas glândulas sensoriais, vinha de meu ser e da arritmia de meu peito.


Confessava mesmo que aos sussurros, para que ele não me julgasse atrevida, o prazer que aquele toque me proporcionava. E ao som de meus assanhados sussurros, sentia sua respiração aproximar-se de meus lábios. Meu corpo, renegando qualquer tentativa de manifestação de meus neurônios voltava-se delicadamente aos braços de meu homem.

Entregava-me àqueles braços com quem entrega-se à vida, brilho nos olhos e sorriso largo. Entregava-lhe meu corpo com a condição de tomar-lhe o coração.

Depoimento de Lindalva

Postado por Taiane Maria Bonita , quarta-feira, 26 de agosto de 2009 12:49

O povo da cidade sabe que minha irmã é moça direita, um poço de candura. Tinha por desejo, quando moça, o de entrar para o covento; o próprio marido sabia disso quando a tomou em matrimônio. Pode parecer estranho uma moça tão dada aos assuntos da igreja se enrabixar por algum cabra, mas insisto em dizer que tal romance foi, de certo, abençoado pelos céus.
Xico Bento é um cabra respeitador, passou um perrengue pra conseguir conquistar minha irmã. Depois do casamento dedicou sua vida para ela , ela também só tinha olhos pra ele. É por isso que eu digo doutô, aquele atrevido do Manoel Duda merecia o capamento, se o Seu Delegado não tivesse feito eu faria com minhas próprias mãos.

(Sobre o caso de Manoel Duda)

Depoimento de Rosinha

Postado por Taiane Maria Bonita , quarta-feira, 19 de agosto de 2009 09:17

Tentei abster-me de ferrenha discução, mas sinto que as veias de meus dedos não irão parar de pulsar enquanto não opinar. Confesso que conheci cabra Manoel Duda, há um punhado de tempo atrás, ainda mantinha intacto o orgão que lhe conferia o certificado de macho. É, tratando-se do povo de Alagoas essas coisas fazem diferença. O que sei é que o cabra fazia juz ao mebro que carregava, não que eu tenha tido intimidade com tal parte de seu corpo, mas, sabe como é, as raparigas comentam. Também sei que aquelazinha, a mulher do Xico Bento, de santa não tinha nada, talvez os saiotes que ela provavelmente roubava do guarda-roupa empoeirado da tataravó. Veja bem, os sinhô não ache que eu estou defendendo o Duda, mas que ela não prestava, ah, isso não prestava. Eu até acho que o Duda deve mesmo ter dado uns apertões nas carnes daquela sonsa, agora dizer por aí que foi contra o gosto daquela desavergonhada?! Isso é demais para minha pessoa doutô.
(Sobre o caso de Manoel Duda!)

Adormeci...

Postado por Taiane Maria Bonita , terça-feira, 4 de agosto de 2009 13:33

Fechei os olhos, talvez pela décima vez no derradeiro minuto. Meu corpo sentia o peso do cansaço de um longo dia, entretanto, eram eles, os meus olhos, que insistiam em se reabrirem a cada vez que eram fechados. Aconchegada, eu embalava meu sono no ritmo manso de um coração sonolento e ritmava o meu ar pelo vai e vem do peito daquele que me servia de travesseiro. Exitava em tocar sua pele com meus lábios, no receio que meu toque lhe fizesse despertar. E o que me completa sempre foi isso, sentir a freqüência de nossa respiração tornar-se aos poucos uma só.

Adormeci...

o encontro

Postado por Taiane Maria Bonita , terça-feira, 28 de julho de 2009 19:27

Conheci certa data um sujeito metido a sabido, por onde quer que passasse dava um jeito de mostrar a quem quer que fosse que ele era o sujeito mais sabido das redondezas. Sua verdade era a certa, com ele não tinha papo de pontos de vista diferentes, de subjetividade, ou qualquer cousa que fosse.
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Esse sujeito almejava em ser o centro das atenções, aquele que descobre tudo. Procurava pelo sentido de tudo, o motivo de tudo, se bobeasse ele queria ser mesmo doutor de tudo. Para ele as coisas estavam claras, tudo o que acontecia na sua vida era uma construção de todos os eventos que tinham acontecido até então. Uma coisa óbvia? É, talvez! Talvez seja esse o fato, tudo na vida desse sujeito era óbvio, quem sabe óbvio demais.
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Tinha se formado numa boa faculdade com as melhores notas da turma e direito à uma menção honrosa no dia da formatura. Merecido reconhecimento pelos quatro anos que deixara os botecos, os perfumes das mulheres, o futebol com os amigos para se dedicar quase que exclusivamente às horas de leituras daqueles textos intermináveis. E claro, tinha conseguido entrar na tão sonhada faculdade através dos esforços da mãe solteira que trabalhava feito louca para manter o prodigioso filho num bom, e diga-se de passagem, caro colégio no centro da cidade.
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De fato, o tal sujeito, era digno de todo o sucesso que havia alcançado. E havia os que diziam que mesmo toda sua arrogância era justificada pelos anos de esforço que carregava nas costas. “Ele está mais do que certo em procurar a verdade de tudo. E quem discorda sofre do terrível mal da inveja.” – era o que diziam os que lhe defendiam.
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Já os que discordavam, mantinham pensamentos diversos destes. Afirmavam que ele estava se frustrando demais com essa eterna busca da verdade em tudo. E se ele a encontrasse, quando a encontrasse o que faria? Ou se descobrisse que a verdade simplesmente não existe? Bem, isso já uma outra história. E temo me alongar por horas se, por acaso, eu resolver adentrar tal discussão.
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Conheci esse sujeito num momento decisivo de sua vida, e receio que ele nem soubesse disso na época. Numa dada situação, ele veio à minha cidade por motivo de uma visita a alguns parentes. Sabe como é?! O sujeito vinha da cidade grande, acostumado com o emaranhado de ruas e avenidas que a cidade grande tem. Minha cidade é do interior, e não pense interior como aquelas cidades que ficam perto de Campinas. Ela era menor que isso, cinco mil habitantes em época de superlotação. A maioria dos jovens ia embora após terminar o segundo grau, e se Deus permitisse nunca mais voltaria.
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A área de circulação da minha cidade era uma avenida principal e meia dúzia de ruelinhas que levavam aos bairros mais afastados. Dá até pra imaginar como o sujeito julgou tudo aquilo muito estranho. Acostumado a andar sozinho na imensidão da cidade grande, e muito metido a sabichão que era, resolveu perambular pelas simples ruelas da minha cidade. E negou quando um de seus parentes se ofereceu para acompanhar-lhe. “Não há maneira de eu me perder aqui.” – foi o que disse em resposta. No entanto, o fato é que se perdeu. Em meio a todo o seu conhecimento teórico e seu discurso pomposo, ele se perdeu entre meia dúzia de ruelas que só poderiam o levar a um único lugar, a avenida principal.
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Foi nesse momento que o conheci, ele andava cabisbaixo, com jeito de quem tem vergonha da própria sombra. Confesso que ao ver aquela cena muito fiquei intrigada, ele parecia realmente perdido. Mas como poderia alguém se perder ali? Não ali, não na minha cidade.
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Eu não sou de falar com estranhos, mas também não podia deixar de saciar minha curiosidade em saber o que se passava com aquele sujeito. Aproximei-me, de mansinho, com aquela cara de criança que está prestes à aprontar alguma traquinagem e perguntei o que se passava. Disse-me que estava perdido e não sabia como isso tinha acontecido. Sorri para ele. E não sei como sei, mas sei que no momento em que meus lábios se abriram num sorriso algo aconteceu. Algo no olhar daquele sujeito mudou, sua expressão se transformou.
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Tal mudança me desconcentrou, puxei pelo fio o pensamento que já me escapava pela direita, e falei de meus cadernos. Não! Não de meus cadernos, mas dos labirintos que desenhava neles na minha infância. Ele sorriu, também sabia que algo tinha mudado.
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Nunca mais vi o homem que procurava as verdades, mas sei que daquele dia em diante ele deixou de procurá-las.

Aimer

Postado por Taiane Maria Bonita , segunda-feira, 27 de julho de 2009 13:33

Por anos procurei a resposta
que filósofo algum foi capaz de me dar...

Vasculhei a profundezas de meu ser
atrás da origem
dessa força inexplicável
e fatal que mediava essa união

Encontrei apenas uma:
Por que era você,
Por que era eu.


Mais um da série Montaigne me ensinou!

Écrire

Postado por Taiane Maria Bonita , quinta-feira, 9 de julho de 2009 22:22

Escrevo,
antes daquilo que sei
e das coisas que aprendi nos livros
escrevo do que sinto

Minha mão
segue o traço desenhado pelo meu espírito
e verbaliza o que meu coração dita




Da série, Montaigne me ensinou!

Do âmago, ao poeta

Postado por Taiane Maria Bonita , sexta-feira, 3 de julho de 2009 13:45

“A maior abstração de nossa existência só é plena quando compartilhada” palavras que saltam da boca do poeta e em vez de seguirem o fio dos neurônios tomam o rumo contrário, acertando aquele que há tanto esperava por tal carícia. O órgão inflava com cada palavra que o atingia, e sua dimensão oprimia aqueles encarregados de suprir o ar de suas células. Ar, elemento que faltou aos corpos que se postavam um diante do outro. Sim, a pluralidade da matéria, entretanto, naquele momento deu-se algo tão singular, seus espíritos agora completos sentiam seu órgão vital bater numa única freqüência. Entenda-se! As cousas do sentimento não são para serem entendidas, resguardo-me a gravar com brasa na memória de meu tempo o momento exato que em que senti o ar escapar de meus pulmões. “E deixo os passos de cada batida trilhar pacientemente a compreensão.”


Ver: http://letrasnoexilio.blogspot.com/2009/06/ao-traunseunte-desconhecido.html

Bater de asas

Postado por Taiane Maria Bonita , sexta-feira, 26 de junho de 2009 14:01


O som do bater de suas asas chegou suavemente aos meus ouvidos, parecia-me estranho ouvi-la naquela sala repleta de luz e tinta branca. A mulher que se postava à frente não cessava sua oratória, sem nem ao menos reparar aquelas asinhas tão delicadas que enchiam de vida o local, normalmente tão vazio.


Não! Vazio, não. Cheio.


Repleto de idéias e de discussões, e repleto de cabeças aflitas que ansiavam em ficar cada vez mais aflitas e cada vez mais cheias. Cabeças aflitas e pensantes, trancafiadas e abafadas por paredes brancas e mulheres falantes. Cabeças limitadas e acorrentadas por regras, padrões e currículos.


E o que será daquelas asinhas alheias à todo esse pseudo-empirismo e essa falsa erudição? O bater de suas asas acarretaria em conseqüências inimagináveis do outro lado do globo terreste. Se tais asas são assim tão poderosas, o que fazem elas perdidas e ignoradas entre quadro paredes de tinta branca?


Ouço a mulher falante, olho para o relógio pela milésima vez, e desvio o olhar para as asinhas coloridas, agora pousadas no centro da tinta branca.

(Obra de Salvador Dalí)

Medieval

Postado por Taiane Maria Bonita , quinta-feira, 25 de junho de 2009 08:14

"Palavras por palavras
Não adianta nem falar
A palavra anda solta
E se propaga no ar

No contexto, um sono manso
Não agüento mais cansar
Desse método de sono
E a História a suspirar

Já que a palavra não envolve
O negócio é navegar
A cristandade vai rolando
E o poema a se criar

Agora os livros se folhando
E lá no quadro um blá-blá-blá
Finalmente terminamos
Vou lá fora papear."

(Beatriz Pereira da Silva)

Ferme tes yeux

Postado por Taiane Maria Bonita , domingo, 14 de junho de 2009 14:01

Ela serrou as pálpebras na tentativa inútil de esquecer o que havia se passado, virou o corpo de lado e apertou o travesseiro, o cheiro dele ainda estava ali. Ela apertou ainda mais os olhos, como se esse ato fosse capaz de apagar a imagem que já tinha ficado gravada na sua retina e registrada em sua memória.


Os cabelos ainda molhados manchavam o amarelo da fronha, o que disfarçava as lágrimas que começavam lhe escorrer pela face. A lágrima e a água ganhavam a mesma tonalidade no tecido que as recebiam, ali não podiam ser diferenciadas. O cheiro do café que ela antes sorvera com lábios suaves de amante, agora se misturava com o cheiro do perfume que o corpo dele deixou. O café e o perfume, juntos tinham cheiro de saudade. E a saudade apertava o peito dela, uma saudade de não se sabe o quê, que vem de não se sabe onde. Uma saudade de um tempo que não passou, já que ela ainda ouvia o som da porta que há pouco ele fechara.


Cabelos molhados, mistura de café e perfume em suas narinas, ela respirou fundo e sentiu pela derradeira vez o calor que a mão dele tinha deixado em seu ventre, ouviu a porta de fora bater e secou a lágrima que escorria pela ponta de seu nariz.



Baseado na historieta “open your eyes” em “do lado de dentro” http://hellenrios.blogspot.com/2009/03/open-your-eyes_21.html

Manifesto do tempo

Postado por Taiane Maria Bonita , terça-feira, 9 de junho de 2009 16:56

Dos que me culpam
e me ocultam.
Dos que me clamam
e reclamam.

Sois vós, oh tempo.
E vós, sou eu.
Estou naquele que viveu e morreu,
Na lágrima que brotou de um sorriso
De um amor d’antes despertado.

Sou invocado, renegado, sou xingado.
E se é minha a culpa tua,
Ficam em minhas costas
O peso da palavra dura.

Que sou eu que apago,
Que sou eu que afago,
Que sou eu o começo.
Sou o fim, e o apreço.

Tempo rei
Tempo lei

Fitas ao vento

Postado por Taiane Maria Bonita 15:00

Para Mayara, Aline e Rafaela, pois se ninguém entender minhas palavras, vocês entenderão! XD









Fitas ao Vento



Fitas ao vento, sorriso na cara, frio no corpo todo. Fitas ao vento, uma cidade a descobrir e o frio a espantar. Era domingo de um inverno rigoroso, as roupas cobrindo o corpo, blusa por cima de blusa, e os casacos eram pesados. O vento era frio mas a animação o superava. Recém chegadas a Curitiba, com sono, cansadas da viajem mas com um sorriso na cara. E a vontade de sair descobrindo o novo mundinho maior do que a necessidade de esperar o credenciamento.

Fila, frio, espera, elevador; daqueles de cinema que deixaria Stephen King louco por uma máquina de escrever. Crachá, caneca, camisinha? Credenciamento! Elevador e finalmente as ruas de Curitiba. Informação, padaria, hummm... café da manhã. Com coca-cola? Quem disse que precisa ser com leite quente?! Pirulito, balança ... regime.


Encontro na reitoria, todos a caminho do céu. Almoço. Olha a bandeja! O feijão é bom! E tem lugar pra por os talheres! Nossa tem suco! E dá pra por o copo também! Um “que chique” em coro. Fim do almoço, vadiagem, passeio pelo... passeio público?! Que nome esquisito! Será que tem pedalinho? Cinco reais! Não quero mais. Os gansos no laguinho, a ponte: “vamos passear na floresta...”. A placa: “não balance a ponte”. O peixe: “veeem aqui”. Meninas podem falar com animais e por que não? Não é por que baleiês não é ensinado nas escolas que ele não pode ser aprendido. Passeio na praça. O que é aquilo? Uma cenoura? Não um teatro. Quanto é a entrada? De graça. Salvem os eventos culturais gratuitos.


O ônibus, o Largo da Orla, material de consumo, pouco dinheiro. Não acredito... o quê? Malabares. Droga não tenho grana. Conversa com o vendedor: “Tio pelo amor de Deus me dá teu telefone que até o fim da semana eu quero um desses.” Entrada no teatro, ou será o que era aquilo? É bonito! Eu quero um malabares! Olha a pintura! Eu também quero um! Vai ter apresentação? Mas não tenho dinheiro! Vamos pro segundo andar? Eu te empresto...


Ligação, espera, animação... pechincha, desconto... e finalmente as três saem com o brinquedo novo na mão. Fitas ao vento. Vamos voltar? Fitas ao vento, bolada na cabeça, nas pernas, ai, nas costas. “Meu deus preciso aprender a fazer isso”. Vamos pedir dinheiro? Vamos. “Somos estudantes de letras participando de um encontro, mas somos desprovidas de dinheiro. Colabora aí!? Olha as meninas são esforçadinhas.” Papai tem muito em casa. “Colabora aí?! Só pra alimentar nosso ego?!” Dezessete reais, praticamente uma fortuna. O que vamos fazer com o dinheiro? Uma viagem! Planos. Jardim Botânico. Tem bastante gente isso significa bastante dinheiro. O guarda: “é proibido pedir dinheiro aqui”, mas o show pode continuar. O despiste. Fitas ao vento, uma grande platéia, fitas ao vento, empresários novos, fitas ao vento, sessenta centavos. E assim termina a nossa participação artística pedinte cultural no ENEL - Curitiba.

Da distância

Postado por Taiane Maria Bonita , quarta-feira, 3 de junho de 2009 10:26

Das vezes que pensei que a distância me feria
Que judiaria!
Quisera eu que soubesse
A grandeza de sua valia.

Encontro-me aqui
Tão perto, que me sufoca
O calor da tua ausência.

Que me dera, reclamar
Dos quilômetros a rodar
Ou das horas a esperar

Ou tão somente
De que não está mais na minha frente.

O não poema

Postado por Taiane Maria Bonita , quarta-feira, 27 de maio de 2009 12:37

Não tenho o dom da poesia, é fato.
Que diriam os grandes poetas ao me verem ridiculamente juntar palavras sem sentido em versinhos vazios?
Que posso eu fazer se o dom da rima de mim faz desvios?
Não sei de métrica,
Nem me acompanha o refinamento daquele que possui a vocação das redondilhas e dos sonetos.

Portanto, proseio
Aquilo que em versos não canto.
Pior seria se as palavras
Eu deixasse perder o encanto.

Et bien, à quoi même ça sert l'amour?

Postado por Taiane Maria Bonita , quinta-feira, 21 de maio de 2009 11:57

"A quoi ça sert l'amour ?
On raconte toujours
Des histoires insensées.
A quoi ça sert d'aimer ?

L'amour ne s'explique pas !
C'est une chose comme ça,
Qui vient on ne sait d'où
Et vous prend tout à coup.

Moi, j'ai entendu dire
Que l'amour fait souffrir,
Que l'amour fait pleurer.
A quoi ça sert d'aimer ?

L'amour ça sert à quoi ?
A nous donner d' la joie
Avec des larmes aux yeux...
C'est triste et merveilleux !

Pourtant on dit souvent
Que l'amour est décevant,
Qu'il y en a un sur deux
Qui n'est jamais heureux...

Même quand on l'a perdu,
L'amour qu'on a connu
Vous laisse un goùt de miel.
L'amour c'est éternel !
Tout ça, c'est très joli,
Mais quand tout est fini,
Il ne vous reste rien
Qu'un immense chagrin...

Tout ce qui maintenant
Te semble déchirant,
Demain, sera pour toi
Un souvenir de joie !

En somme, si j'ai compris,
Sans amour dans la vie,
Sans ses joies, ses chagrins,
On a vécu pour rien ?
Mais oui ! Regarde-moi !
A chaque fois j'y crois
Et j'y croirai toujours...
Ça sert à ça, l'amour !

Mais toi, t'es le dernier,
Mais toi, t'es le premier !
Avant toi, 'y avait rien,
Avec toi je suis bien !
C'est toi que je voulais,
C'est toi qu'il me fallait !
Toi qui j'aimerai toujours...
Ça sert à ça, l'amour !..."


Pour Edith Piaf...
Tiens... elle est génial!

C'est vrai...

Postado por Taiane Maria Bonita , terça-feira, 19 de maio de 2009 18:00

Les hommes ont oublié cette vérité, dit le renard. Mais tu ne dois pas l'oublier. Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé. Tu es responsable de ta rose...

Os laços

Postado por Taiane Maria Bonita 17:30

Liberdade?
Tão presos à carne,
Tão presos ao osso,


Do que servem
Juntas e articulações?

Eu os fitava
Tão alheia e tão envolta,
Sugando as forças
De minhas veias e artérias.

Saudade,
Que invade meu peito
E pulsa.

Tão óbvio,
Tão natural,
Tão estúpido.

De que serve a carne?
De que serve o osso?
Se só se é liberto na luz?
Desfecho de tudo,
Princípio de tudo.

Luz,
Que envolve,
E acalenta.
Que conforta,
E transcende.

Deixar a carne,
Procurar pela luz.
Liberta-te do vão.

Teu brilho está em mim,
Meu amor vai contigo.

Os laços,
Singelos,
Verdadeiros,
São os laços que ficam.
Não a carne,
Nem o osso.
Para LMN, com todo amor e saudades.

Enfim um blog...

Postado por Taiane Maria Bonita 17:02

O que vou fazer com ele?

Bem... isso é outros quinhentos, o que interessa nesse momento é que está no ar.

E fica feio a existência de um blog sem postagens, logo minha cabeça desprovidas de coisas melhores para fazer no momento botou a ciência da encheção de lingüiça para funcionar, e eis aqui uma postagem...

Fin... sem mais!