Memórias de um vôo!
Postado por Taiane Maria Bonita , terça-feira, 7 de dezembro de 2010 12:36
[parte 02]
Quando o mistério se apresentar: perceba-o. Já li alguns textos ao longo de minha vida acerca de pessoas que clamam aos céus sem que tenham os olhos atentos e os ouvidos abertos para receberem uma resposta.
Ontem pedi por guarnição. Muitos julgam que se lançar ao desconhecido com a cara e a coragem significa tão somente não temer o que há de vir; para mim, um passo de coragem – para além da incerteza do que virá e do peito aberto para o desconhecido – deve ser respaldado por aquele que nos guarnece.
Do meu lado direito, pela pequena abertura da janela do avião de onde tudo o que se via era a escuridão da noite fria da Europa, um ponto começou a brilhar.
De início acreditei que seria um reflexo de algo no interior do avião. A noite lá fora estava negra que podia-se cogitar a hipótese de que a aeronave estava perdida no vazio do espaço. Qualquer objeto luminoso para fora daquele avião poderia ser um ET numa bicicleta, ou o próprio disco voador.
Mas acontece, caro leitor, que tinha algo lá fora que brilhava! E não era nem ET, nem OVINI. Fixei por um tempo meu olhar na ola de luz para procurar entender o que seria, a 11 mil pés de altitude dificilmente se trataria de uma antena.
A possibilidade de ser uma estrela me passou pela cabeça, entretanto, se o fosse por que um céu tão escuro? E por que eu só via um único ponto brilhante? Pela luz que aquilo emanava, se fosse uma estrela; era uma estrela digna de um céu repleto delas. Ela se postava, no entanto, solitária no céu.
Perto da aterrissagem, quando meu coração resolveu ter taque cardíaca, e finalmente o sol resolveu dar o ar de sua graça; quando o céu brincava com as cores e ensaiava tonalidades, exibindo um belo painel em tons de azul e laranja; voltei novamente minha atenção para aquele ponto.
E reconheci aquela que sozinha me acompanhava: a estrela do norte. Agradeci! Quando o mistério se apresentar, por favor, perceba-o!
Escrito em: Paris - 04 de dezembro de 2010.
Na foto, sol nascendo em Paris faltando 10 minutos para as 8 da manhã.
Aqui no inverno amanhece tri tarde, e anoitece às 5 e meia da tarde.