Entre tempos

Postado por Taiane Maria Bonita , segunda-feira, 28 de junho de 2010 14:53


Por tanto pensar no passado, imaginei um futuro e acabei me perdendo no presente. Voltei-me aos dicionários afim de encontrar uma definição adequada para ação de se perder. Foram inúmeras as opções que me foram dadas, língua intrigante essa que falamos, tantos significados para uma mesma palavra. Tantas definições para um mesmo sentimento. Tantos tempos para o mesmo verbo. Dentre minhas opções, a que melhor me convence é a oportunidade de se encontrar, após ter se perdido.

Se o passado já passou, se o futuro está por vir. O presente é a dávida que lhe nomeia.

De mim, por mim

Postado por Taiane Maria Bonita , domingo, 20 de junho de 2010 23:22

Quem dera eu transpor nestas frases meus sentimentos a respeito de quem sou. Mas as palavras, outrora tão amigas, neste momento me parecem não compactuar com esta idéia. Para desvendar a pessoa que hoje sou, precisarei lhe contar de onde vim, por onde passei, com quem conversei, quem tocou meu coração e nele permaneceu e também aqueles que partiram depois de deixar uma pequena parcela de seu próprio ser.

E agora? Como me definir. Se é que palavras definem alguém, prefiro acreditar que não meus atos que me definem. Isso significa dizer que prefiro saber do uso que faço de minhas palavras do que delas em si.

Palavra, o fato de pronunciá-la acarreta numa força da qual a maioria das pessoas não consegue compreender. Sua palavra pode perturbar a paz, mas também, e felizmente, trazê-la ao coração de quem precisa. Inquietante saber que uma simples palavra pode ser o bater de asas da borboleta; isso lhe faz responsável pelo que pronuncia, isso lhe faz responsável por uma possível lágrima derramada, ou um belo sorriso esboçado. Qual a distância entre a lágrima e o sorriso? Talvez uma única palavra; talvez uma centena; talvez ela não esteja em você. Entretanto a ciência de que aquilo que você diz não pode ser desdito, não lhe deixa mais cauteloso a respeito do que proferir?

Quem sou? Sou alguém impossibilitada - mesmo que por hora - de ver o mundo como ele é, sou alguém que olha o mundo do jeito que eu sou.

Sem motivo

Postado por Taiane Maria Bonita , sábado, 19 de junho de 2010 20:25

Deixa-me inquieta a freqüente pergunta que me fazem a respeito do motivo das minhas palavras. Se algum senhor doutor souber me responder se precisa de um motivo para escrever, responda-me por favor.

Dificultam meu trabalho se à cada parágrafo que eu escrever eu tiver que procurar fórmulas secretas, ou motivos inconcretos para justificar minhas palavras. Sinto muito informar, mas escrevo porque isso alivia meu pensar. Sem mais, sem segredo, sem mistério.

E se por acaso você se encontrar em minhas palavras, não! Não era eu que dedicava minhas linhas a sua pessoa. E sim você que partilha o sentimento que perpassa pelo meu punho, atravessa meus dedos e encontra a folha branca para depois chegar aos seus olhos e preencher seu coração.

É meu amigo, não sou eu que pensei em você. Foi você que pensou em mim.

Sobre como se despedir de um grande amor

Postado por Taiane Maria Bonita , quinta-feira, 10 de junho de 2010 19:02

Ela ainda nem o conhecia, mas sentiu seu coração bater mais forte ao ver a foto dele. Eles então se conheceram e se gostaram. Ela não esperava nada, ele tão pouco, aliás gostava mesmo era da farra.

Mas acontece que ele se apaixonou, e ela caiu de amores pelo belo partido. Ela o achava perfeito, outro adjetivo senão fantástica não servia para definí-la. O tempo passava e tudo se tornava cada vez mais perfeito.

Infelizmente eles não se lembraram da música que dizia que o "pra sempre, sempre acaba". Engraçado, a cantora era a mesma de outra música que ele tinha oferecido para ela um certo tempo atrás. E "as cores lindas tão mais lindas" foram ficando cada vez mais opacas, e o pra sempre foi ficando cada vem mais distante.

Ela viu tudo em que acreditava desmoronar diante de seus olhos e quis chorar, quis entender o porquê, vagueou por muito tempo sem resposta, até entender que jamais entenderia por quê.

Ela achava que ele era perfeito, descobriu que como todos os outros ele era de carne e osso. E o amou ainda mais por vê-lo assim tão humano. Ele também a idealizou, talvez de mais, e percebeu que ela também era passível de erros. Ele então se decepcionou.

Não era que eles não se amassem, não era que não tivesse dado certo. Eles só viviam em mundos diferentes. E ultrapassar essas barreiras era difícil de mais. O que lhes resta agora? Nada além do que dizer adeus.

Negação

Postado por Taiane Maria Bonita , domingo, 6 de junho de 2010 17:36

Me impus grilhões dos quais agora
não consigo me desvencilhar
Minha atual batalha não é contra os outros
Luto contra eu mesma.


Arranho minha memória
pra tentar me convencer
de que não é amor
o que sinto por você.
Disfarço, faço graça
me dou mais de mil motivos
para amor isso não ser.


Mas se quiser saber a verdade.
Lhe digo: sinto muito!
Mas tenho medo de amar você.

NOTA DE REPÚDIO À INVASÃO DA UDESC PELA POLÍCIA

Postado por Taiane Maria Bonita , quarta-feira, 2 de junho de 2010 12:04

Na noite de 31 de maio, frente a uma manifestação de estudantes na entrada principal do campus da UDESC no Itacorubi, contrária ao aumento das tarifas de ônibus urbanos na capital, uma ação da Polícia Militar, sob o comando do tenente-coronel Newton Ramlow, resultou na agressão, no espancamento e na detenção de pessoas, com invasão do campus da UDESC.

Apesar da alegação de "garantia da ordem e do direito de ir e vir dos cidadãos", o aparato policial, paradoxalmente, prejudicou o fluxo de veiculos, confinou os estudantes dentro do campus e promoveu uma sucessão de atos de violência e brutalidade. Policiais armados de cassetetes, arma taser, gás pimenta e cães criaram um confronto desigual e inadmissível em contraste com os manifestantes, que promoviam uma passeata pacífica, fundamentada em uma postura de cidadania legítima e coerente com o que se espera de acadêmicos críticos e preocupados com os problemas da cidade em que vivem, entre eles, o estado vergonhoso do transporte coletivo de Florianópolis.

Este lamentável acontecimento foi presenciado por vários professores, que tentaram inutilmente mediar a situação, cujas consequências podiam ser vizibilizadas no terror dos estudantes acuados, temerosos diante da truculência dos policiais envolvidos.

A ADFAED - Associação dos Docentes da FAED e a APRUDESC - Associação dos Professores da UDESC consideram que o acontecido envolveu uma dupla violência: contra os manifestantes e seus direitos de livre expressão e associação, e contra a Universidade, cujo dever é justamente o de promover o debate, a reflexão, a crítica e o respeito aos direitos civis.

Repudiamos, portanto, a invasão do campus da UDESC pela polícia militar bem como as agressões cometidas contra os estudantes, e exigimos que as autoridades competentes atentem a seus deveres constitucionais, como requer um Estado democrático e de direito.

Ilha de Santa catarina, 1 de junho de 2010

ADFAED e APRUDESC