Do estar só!

Postado por Taiane Maria Bonita , domingo, 13 de fevereiro de 2011 17:57


Sonhei que você me desejaria feliz aniversário, pensei em ligar e facilitar o trabalho que seu orgulho provavelmente dificultaria. Antes de decidir busquei por diferentes razões para deixar de lado o meu e lhe propor uma alternativa diferente daquela que já tinha proposto; encontrei algumas, mas tive mede de ser cedo ou tarde de mais para colocá-las em prática.


O que precisava era de uma única palavra de encorajamento para que jogasse fora todos nossos acordos e lhe procurasse: a palavra não veio. Ao contrário uma voz sensata em meu ouvido disse para que eu fosse cuidadosa, desencorajou qualquer impulso meu de desdizer tudo o que eu já tinha dito antes. Estranhamente, o desejo de deixar a razão e agir com a impaciência do coração continuou me perturbando.


Distinguir as coisas da mente e do coração é, com certeza, um trabalho complicado. Seria mais fácil se o poço de sentimentos pudesse compreender que algumas vezes é o comando superior que deve agir. Bem, definitivamente nos derradeiros dias andei agindo pela força da razão, parecia-me o mais certo a ser feito, e a alternativa que tinha mais chances de resultados positivos, então porque meu coração insiste em contrariar aquelo que minha cabeça meticulosamente resolveu decidir?


Tenho feito o que me comprometi a fazer: procurar dentro de mim pelas respostas que não conseguia dar. Essa é uma busca interior; algumas vezes espero em vão por uma resposta que não virá de outro lugar senão de dentro de mim. Como se alguém pudesse colocar sobre uma mesa dentro de um embrulho para presente aquilo tudo que preciso descobrir. Quis, e suspeito fortemente que ainda queira muito receber o pacote que gentilmente me entregou achando que continham minhas respostas. Mas as respostas que carinhosamente você embrulhou são as suas e não as minhas e desta vez nem você pode encontrar o que procuro.


Decidi com dor em meu coração procurar por minhas próprias pernas um caminho por onde trilhar. Há tanto tempo não estou só que devo admitir que a solidão me assusta algumas vezes, e que sua ausência me dói mais do que se quer podia imaginar. Mas como posso pedir que alguém aprecie minha companhia se eu mesma receio em ficar só comigo mesma? Um dia perguntado pelo que procuro, eu não soube responder com exatidão. Hoje vejo que procuro a segurança em mim mesma, procuro a certeza de que minhas escolhas foram tomadas por mim e não são conseqüências dos fatos. Hoje vejo duas formas de levar a vida, deixar a corrente me levar, ou remar para onde quero ir. Resolvi pegar o remo, talvez ele me leve para um lugar contrário daquilo que tanto planejei, talvez ele me leve de volta.


Por hora observo as estrelas em busca do norte para remar, enquanto isso encho meu peito de esperança e de amor, para conseguir a força que meus braços precisam para controlar a barquinha. Aproveito o dia em que completarei mais uma primavera e peço à estrela do norte que esteja iluminando meu caminho.


Ontem sonhei que você me desejaria feliz aniversário.

5 Response to "Do estar só!"

Emílio Mesquita Says:

só não entendo uma coisa:
"Resolvi pegar o remo, talvez ele me leve para um lugar contrário daquilo que tanto planejei, talvez ele me leve de volta."
Se o remo está na sua mão, como pode existir o talvez? Ou você rema para um lugar definido ou é melhor deixar a maré te levar!
O restante comentei ao vivo! beijos

Luccas N. Stangler Says:

Forte e bem escrito - como sempre!

A menininha Says:

Eu ia comentar...mas! Que coisa, deixa!
Eu amo vc!

Anônimo Says:

Acho que é de pessoas sinceras como você que o mundo precisa, ele seria bem melhor com milhões de você!
Beijos

Felício Freire Says:

A fé e ligação à Estrela do Norte é deveras importante, desejo que tal conexão clareie e permeie todo seu caminho.
Não entendi só uma coisa, mas outras compreendi.

Desejo muitas primaveras a ti, bonita!

Beijo!

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